Na Idade Média, o uso de sobrenomes ainda não era comum como hoje, e as pessoas eram muitas vezes identificadas de forma mais descritiva, usando estratégias que ajudavam a situá-las na sociedade, na família ou no lugar de origem. Aqui estão algumas das práticas mais comuns:

Filiação: Como você mencionou, era comum usar o nome do pai para identificar alguém. Esse método usava um sistema de patronímico (ou seja, o nome do pai) para diferenciar as pessoas. Por exemplo, “Pedro Álvares” significava “Pedro, filho de Álvaro” e “David Davidovich” significava “David, filho de David”. Essa prática era amplamente utilizada em culturas como a nórdica (Andersson, “filho de Anders”) e na judaica (como David ben Yosef, ou “David, filho de José”).

Profissão: As pessoas eram também identificadas pelo seu ofício ou trabalho, como em “João Carpinteiro” ou “Maria Padeira”. Esse tipo de identificação era comum, já que o ofício era um aspecto central da identidade de muitos e indicava a função ou contribuição do indivíduo na comunidade.

Localidade: Outra prática era associar a pessoa ao lugar de onde vinha, o que era especialmente útil em regiões onde alguém de fora era reconhecido como novo na comunidade. Exemplos como “João de Braga” ou “Maria de Toledo” indicavam a cidade ou região de origem.

Características físicas ou pessoais: Em alguns casos, usavam-se apelidos baseados em características físicas ou traços de personalidade, como “João Pequeno”, “Ana Louca” ou “Pedro Ruivo”. Esses apelidos ajudavam a identificar as pessoas de forma prática e, muitas vezes, ficavam associados a famílias ao longo do tempo.

Essas formas de identificação acabaram evoluindo para os sobrenomes modernos, que se fixaram nas famílias e passaram a ser transmitidos de geração em geração, principalmente entre os séculos XIV e XV.