O urânio foi descoberto em 1789 pelo químico alemão Martin Heinrich Klaproth. Enquanto ele estava experimentando com o mineral pechblenda (hoje conhecido como uraninita), encontrado numa mina de prata na Checoeslováquia, Klaproth foi capaz de isolar um material oxidado que ele inicialmente chamou de “urânio” em homenagem ao planeta Urano, que havia sido descoberto apenas oito anos antes, em 1781, por William Herschel.

Klaproth conseguiu isolar o óxido de urânio, mas não o metal puro. Foi somente em 1841 que o metal urânio foi isolado com sucesso pelo químico francês Eugène-Melchior Péligot, que reduziu o cloreto de urânio com potássio. Desde então, o urânio tem sido extensivamente estudado e utilizado, especialmente devido ao seu papel crucial como combustível em reatores nucleares e em armas nucleares.

Já a radioatividade do urânio foi descoberta pelo físico francês Henri Becquerel em 1896. Enquanto investigava as propriedades de fluorescência e fosforescência de certos materiais, Becquerel decidiu estudar se os raios fosforescentes que os sais de urânio emitiam após serem expostos à luz eram semelhantes aos raios X, que tinham sido descobertos por Wilhelm Conrad Röntgen no ano anterior.

Becquerel colocou sais de urânio em cima de uma placa fotográfica envolvida em papel negro, que supostamente seria protegido da luz. Ele esperava que a luz solar fizesse os sais brilharem o suficiente para impressionar a placa fotográfica através do papel. Porém, devido ao tempo nublado, ele guardou o conjunto em uma gaveta, decidindo esperar por dias mais ensolarados. Quando ele finalmente revelou as placas, percebeu que as imagens estavam claramente impressas, mesmo sem a exposição à luz solar. Isso indicou que a radiação emitida pelos sais de urânio era uma propriedade intrínseca do próprio urânio, independentemente de qualquer exposição à luz. Esta descoberta foi a primeira demonstração de radioatividade natural, levando ao desenvolvimento de muitos estudos subsequentes por cientistas como Marie Curie e seu marido Pierre Curie, que investigaram mais a fundo a radioatividade e descobriram outros elementos radiativos.